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O mau-olhado na cultura de Malta

escrito por
Natasha Machado
12/12/2024
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5 min
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Você sabia que 80% dos malteses ainda acreditam em alguma forma de superstição? Entre essas crenças, o mau-olhado ocupa um lugar de destaque, influenciando desde a decoração de casas até a pintura de barcos tradicionais. Esta crença antiga continua a moldar aspectos da vida cotidiana em Malta, oferecendo aos visitantes uma janela fascinante para a rica tapeçaria cultural da ilha.

A origem do mau-olhado em Malta

O conceito do mau-olhado em Malta tem raízes profundas que se entrelaçam com a história milenar da ilha. Esta crença não é exclusiva de Malta, mas encontrou um terreno fértil neste arquipélago mediterrâneo, onde tradições antigas e influências modernas coexistem em harmonia.

A ideia central por trás do mau-olhado é a crença de que o olhar invejoso ou malicioso de alguém pode causar infortúnio, doença ou até mesmo a morte. Em Malta, esta crença foi reforçada ao longo dos séculos por diversas influências culturais, incluindo as tradições árabes, a fé cristã e as antigas superstições mediterrâneas.

Manifestações do mau-olhado na cultura maltesa

O mau-olhado se manifesta de várias formas na cultura maltesa, desde objetos do dia a dia até rituais e práticas sociais. Algumas das manifestações mais comuns incluem:

  • Amuletos e talismãs: Muitos malteses usam ou carregam objetos de proteção, como o "olho azul" ou o "chifre vermelho".
  • Símbolos em barcos: Os tradicionais barcos de pesca malteses, conhecidos como luzzus, frequentemente têm olhos pintados na proa para afastar o mal.
  • Gestos de proteção: É comum ver pessoas fazendo o sinal da cruz ou um gesto de "chifres" com a mão para se proteger.
  • Expressões linguísticas: Frases como "Alla jbierek" (Deus abençoe) são usadas após elogios para evitar a inveja.

Para quem deseja Estudar e Trabalhar em Malta, entender essas nuances culturais pode enriquecer significativamente a experiência de imersão, proporcionando insights únicos sobre a mentalidade e as tradições locais.

O mau-olhado na vida cotidiana maltesa

A crença no mau-olhado não é apenas uma relíquia do passado em Malta; ela continua a influenciar o comportamento e as práticas sociais até os dias de hoje. Muitos malteses, mesmo aqueles que se consideram modernos e educados, ainda mantêm um respeito cauteloso por essas tradições.

Por exemplo, é comum ver mães colocando pequenos amuletos nas roupas de seus bebês ou pendurados nos carrinhos. Nas lojas de souvenirs, você encontrará uma variedade de objetos relacionados ao mau-olhado, desde joias até decorações para casa, indicando a persistência desta crença na cultura popular.

Proteção contra o mau-olhado

Os malteses desenvolveram várias formas de se proteger contra o mau-olhado ao longo dos séculos. Algumas das práticas mais comuns incluem:

  1. Uso de amuletos: O mais famoso é o "olho azul", um talismã em forma de olho que supostamente absorve o mal.
  2. Rituais de proteção: Muitas famílias maltesas ainda praticam rituais caseiros, como aspergir água benta nos cantos da casa.
  3. Evitar elogios excessivos: Especialmente em relação a crianças, para não atrair inveja.
  4. Uso de ervas e plantas: Algumas plantas, como alho e arruda, são consideradas protetoras contra o mau-olhado.
  5. Orações e bênçãos: Muitos malteses recorrem a orações específicas ou bênçãos religiosas para proteção.

O mau-olhado na arte e arquitetura

A influência do mau-olhado se estende à arte e arquitetura maltesa. Símbolos de proteção são frequentemente incorporados em designs arquitetônicos, desde as antigas igrejas até as construções modernas. Artistas locais muitas vezes exploram o tema em suas obras, criando peças que misturam tradição e contemporaneidade, oferecendo uma perspectiva única sobre esta antiga crença.

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Natasha Machado
Founder e CEO, Be Easy